O tão esperado episódio de The Last Of Us chegou com os dois pés na porta.
Aviso de Spoilers no texto a seguir.
Eu não joguei o jogo, portanto tenho uma perspectiva diferente de como enxergar a adaptação e consequentemente avaliar e entender a dinâmica. No entanto, já vi a história completa e tudo mais, então apesar de não jogar, eu já sei dos acontecimentos, da trama. E a análise parte disso.
Como um episódio de série foi absurdo, provavelmente o melhor episódio de toda The Last of Us, até o momento. Do início ao fim a régua está lá em cima e se mantém. Passando pela ambientação linda, pela forma de como resolveram contar essa parte da história, até as atuações incríveis de Bella Ramsey e Kaitlyn Dever, especialmente de Kaitlyn.

O elenco de apoio, mais encorpado e maior essa temporada, tem ido bem e recebido bastante destaque. Vemos mais do Tommy, comandando Jackson, e as chegadas de Jesse e Dina, com bastante destaque, contribuem para extrair o melhor da Ellie e do seu redor. Young Mazino e Isabela Merced foram a escalação perfeita para seus respectivos papéis.
Desde o início vemos a ansiedade da Kaitlyn em conseguir a sua vingança o quanto antes. Isso a coloca em perigo quando Joel salva ela. E ela soube na hora quem ele era pois a Dina chama pelo seu nome. Grande diferença do jogo e muito melhor aqui. Ao mesmo tempo em que os três fogem de uma horda. E, posteriormente, essa mesma horda que atacou eles se junta a outra e seguem para Jackson.

A cena deles saindo da neve é absurda!
A forma como foi filmado com o drone mostrando a dimensão daquele perigo e como partem para Jackson foi sensacional. Lembrou demais o episódio Hardhome de Game Of Thrones, um dos melhores episódios de toda a série, tem uma nota de 9,8 no IMDB. Quase perfeito! Só para lembrar, é quando Jon Snow encontra com o Rei da Noite e os White Walkers. Episódio 8 da 5° temporada. A lembrança foi instantânea.

Assim, esse episódio foi um épico com duas jornadas lado a lado. Um lado a luta pela sobrevivência de Jackson e do outro Abby buscando sua vingança contra o Joel.
Com o ataque em Jackson, fez total sentido o Tommy ficar lá pra ajudar e coordenar a resistência. Toda a preparação dele para com a população, a união e humanidade mostrada da comunidade nos aproxima daquele lugar.

A fotografia de todo esse episódio é espetacular, mas esses momentos em Jackson renderam belas imagens. Assim como o momento do ataque, o contraste do fogo na neve, os infectados tentando entrar, o momento em que o Baiacu aparece… vários momentos insanos e de qualidade. Quando o Tommy atrai a atenção do Baiacu e atinge ele com chamas foi outro grande momento ali em Jackson.

Embora que, apesar de muito massa, ele poderia ter subido em caixas e tentado escapar daquele beco sem saída, mas no final, obviamente, deu tudo certo.
Outro momento épico que Jackson proporcionou foi quando a Maria, literalmente, soltou os cachorros que partiram com tudo pra cima dos infectados. Foi muito massa!
E aquele lugar que parecia uma fortaleza, impenetrável e seguro, mostrou fraqueza, embora majoritariamente tenha resistido ao ataque, ainda teve muitos danos e muitas baixas. Não é mais o simbólico de segurança como parecia ser até então, ainda que possa fortalecer o senso de comunidade, ou não. A ver como isso será desenvolvido.
E no outro arco, a Abby finalmente conseguiu encontrar o Joel e por em prática a sua vingança. Apesar do sufoco que passou até ser resgatada por ele, consegue direcionar ele e a Dina para o chalé a onde ela e sua equipe estão, deixando tudo mais fácil.
Na hora em que o Joel começa a dar ordens, ela dá as cartas. E já virou atirando no joelho dele. Me pegou desprevenido, porque foi muito rápido, e foi sensacional. Então, ela saboreia a vingança, enquanto a Dina está rendida e não tem o que fazer, ela é posta pra dormir enquanto a Abby tortura o Joel, fisicamente e o ataca com palavras, um desabafo, na verdade.

Aqui a Kaitlyn Dever foi absurda, que atuação magnética, forte! Um baita acerto, em termos de atuação, a escalação dela para o papel. Entregou e muito!
Apesar de não ser tudo perfeito, aí não coube a ela, mas era pra ser um momento mais dinâmico e incisivo, porém ela ficou falando e falando sem parar apenas pra nós situar de tudo e do porque ela fazer isso, embora já estivesse claro desde o episódio 1.
Foi um dos poucos pontos baixos do episódio, outros foram a cena em que o Tommy está na rua principal de Jackson e alguns infectados, simplesmente, só passam por ele. Tipo, como assim? E outra no final quando levam o corpo do Joel de volta para Jackson arrastando pela neve amarrado em um cavalo. Por que não trouxeram em cima de outro cavalo? Haviam mais dois cavalos que foram esquecidos. Bola fora total.
Ellie consegue encontrar o chalé e vê o Joel lá quase sem vida, indefeso, um contraste do homem que ele já foi um dia, então a Bella entre em cena e manda bem demais! O desespero, a dor que ela sente ao vê-lo daquela forma e presenciar a Abby o matando é brutal. Uma virada que ela estava precisando e tudo será diferente agora. A Ellie precisa pra amadurecer e levar tudo mais a sério. É a perda do seu “pai”. Não tem mais volta.

A Kaitlyn conseguiu transparecer a raiva, a dor, a vingança que estava consumindo ela, assim como a Bella demonstrou a dor de testemunhar uma tragédia, uma perda tão visceral de como foi. O momento que ela foi abraçar o Joel e deitar sobre ele foi extremamente triste. Impossível não ficar impactado e triste com o que aconteceu.

Agora, a expectativa é que The Last of Us fique ainda melhor.