The Last Of Us: O Caminho. O texto a seguir contém Spoilers.
Era de se esperar um episódio mais calmo e com menos ação, um episódio sobre luto e todas as consequências dos eventos do último episódio.
No entanto, nenhuma ação foi executada e parece não haver nenhuma consequência direta em relação aos eventos do episódio passado. The Last Of Us é sublime em toda parte técnica, fotografia, ambientação, tudo é muito bonito e bem feito. O problema em alguns momentos nesta temporada é o roteiro e algumas decisões.

O início desse 3° episódio foi bonito, o momento do Tommy no necrotério improvisado lamentando a morte do seu irmão enquanto se despede dela relembrando da Sarah também é muito bonito. Era o baque pela perda, a dor do luto. Ele realmente consegue transmitir essa emoção pela perda. Assim como a Ellie quando volta para casa. A cena dela no quarto do Joel, pegando o casaco e o cheirando é muito emocionante. Disparado o melhor momento da Bella Ramsey no episódio.

Mas, o que pegou foi a passagem de tempo e a inércia do Tommy. Pular 3 meses depois não é ver consequências direta do que aconteceu, é uma passagem que anula o impacto de ver o tamanho do estrago que foi feito, as consequências daquilo. Somente que ainda estão reconstruindo a cidade e os muros já foram erguidos novamente.
A Ellie 3 meses internada também foi um pouco demais. Não que estrague tudo, mas só uma conveniência a fim de alinhar todas as pontas ali de Jackson. Então, agora sim, a partir de agora vamos ter a jornada da vingança e a virada que faltava a Ellie.
É o que espero porque a Ellie ainda continua insuportável e imatura, mesmo após a morte do Joel. Uma adolescente imatura, insuportável, em luto e em busca de vingança é uma bomba prestes a explodir. E logo menos ela vai explodir.

O conselho é um ponto indiferente, talvez até ocupe um espaço que seria melhor para mostrar outras coisas, mas dá pra entender que é uma desculpa para mostrar uma ordem e simplesmente as pessoas não fazem o que querem a fim de evitar um caos, dá pra entender. No entanto, não é algo que agrega a história, aqui por exemplo, apenas reforça que a Ellie vai contra as regras e faz o que quer, mas isso já sabemos.

O interessante mesmo é a Dina ser o ponto de equilíbrio e razão na vida da Ellie. Enquanto a Ellie é só emoção, sangue nos olhos, tiro, porrada e bomba, sequer ela tinha uma bota ideal para ir, a Dina é completamente o oposto. Ela se planejou e se preparou para a jornada rumo à Seattle. Ainda que esteja indo com uma informação errada, pois são muitos Lobos (WLF), ela é muito mais preparada que a Ellie, o que faz a parceria ideal nessa jornada. Isso torna a dupla ideal.

Apesar da inércia do Tommy em relutar contra a busca de vingança, ele entende o lado da Ellie. O que fica como interessante é que eles são opostos extremos, Tommy não quer ir despreparado enquanto ela não quer nem saber, apenas vai e pronto. Apesar de não ter ido nesse episódio, quando ele souber que ela foi para Seattle, certamente ele irá também. Provavelmente junto com o Jesse.

Visto que, como a Dina contou para a Ellie na barraca, eles voltaram. E como se passou 3 meses, bom, ela já deve estar grávida dele, então motivando ainda mais ele a ir atrás delas.
Um dos momentos mais legais foi ver a dimensão do tamanho da WLF. Justamente quando a Dina afirmava que eles devem ser um grupo pequeno enquanto, na verdade, eles são um exército. Com tanques de guerra, veículos, armamentos pesados, postos na cidade. Foi legal esse primeiro contato com a dimensão da WLF e todo o seu poder.
Mas, antes disso, tivemos a introdução dos Serafitas. E foi outro ponto negativo. A introdução tão cara deles e a escolha por não terem mostrado a breve batalha entre, provavelmente, eles e a WLF, visto que são grupos rivais. Caso tivessem mostrado a emboscada e a brutalidade deles, talvez o episódio teria um peso maior com a sensação de perigo muito grande se comparado apenas a um take com parte do grupo. E o episódio poderia ter sido melhor também.

Quando a Dina e a Ellie passam pelo local desse embate, fica claro que eles são um grupo maior do que pensavam e agora, de fato, consideram o perigo e as consequências de estarem ali. Afinal, como duas pessoas lutam contra um exército?

É um episódio abaixo do anterior, mas, apesar dos problemas, conta com algumas coisas interessantes. Fica um bom gancho para o próximo episódio e tendo visto o material promocional, é um episódio que promete muito.