The Last Of Us 02×07: Entre altos e baixos, chega ao fim a temporada

Depois de 7 episódios chega ao fim a 2° temporada de The Last Of Us.

 

Jesse e Ellie se estranham desde que ele precisou salvar ela e a Dina no armazém abandonado e depois fugir dos Serafitas. Dando sequência a esses eventos, esse pequeno conflito se intensifica e a interação entre os dois se resume basicamente a isso. 

The Last Of Us
The Last Of Us: Convergência

Embora Jesse possui falas que adicionam camadas e mais profundidade ao personagem, a única coisa interessante nesse conflito deles é que ambos estão certos. Mas, nesse tempo todo parece que a Ellie pouco ou nada aprendeu. É sempre a Dina ou Jesse salvando a pele dela. 

É desrespeitoso a forma como o roteiro foi escrito nessa temporada. É um caminho para a humanização da personagem, mas não dá para tirar características, personalidade e reduzir isso a nada. Nos momentos de drama, embora a direção não seja a melhor coisa, a Bella faz o que pode com o que tem em mãos e vai bem em partes mais dramáticas, em um diálogo mais pesado, além disso fica até injusto avaliar.

The Last Of Us
The Last Of Us: Convergência

A Bella Ramsey não foi o problema dessa nova temporada de The Last Of Us, em alguns poucos momentos, sim, deixou a desejar, mas faltou uma direção melhor para avaliar e coordenar a atriz. Com o que tinha em mãos, ela fez o que pode.

A maior parte dos problemas dessa temporada foram por consequências de roteiro e montagem. Os melhores episódios, 2 e 6, contaram uma história, teve causa e consequência, a montagem funciona, roteiro na maior parte, atuações, tudo foi muito bem executado. No entanto, no macro, não dá para salvar uma temporada só com dois episódios.

The Last Of Us: Convergência
The Last Of Us: Convergência

Alguns elementos como o Isaac, que foi muito bem apresentado, imponente, brutal e idealista, o confronto dos Lobos e os Serafitas ficaram jogados. A impressão que fica é que não sabiam o que fazer com esses grupos e, de alguma forma, precisavam mostrar que, assim como no jogo, eles existem e brigam entre si. Pouco aprofundou e acrescentou ao macro da história. Assim como não conduziram bem essa jornada de vingança da Ellie. 

The Last Of Us
The Last Of Us: Convergência

A jornada de vingança se reduziu a 3 episódios no máximo. Fora a impressão que fica de uma contradição com a personagem. No episódio 5, ela vai atrás da Nora para matar. A Ellie foi sedenta para conseguir as informações a qualquer custo, não parecia ligar para matar a Nora. Tanto é a brutalidade como ela agiu, pelo olhar, pelo tom da voz, pela forma como batia na Nora já indefesa e infectada. Brutal. Porém, aqui no último episódio tentam amenizar. Ela não queria matar o Owen ou a Mel. 

Difícil né The Last Of Us. São atos em sequências que não se interligam. Não houve nada drástico a ponto dela mudar de ideia. 

The Last Of Us: Convergência

Apesar disso, foi uma boa cena no aquário, foi pesado e, agora sim, um choque. Não do jeito que foi, porque foi tosco, mas em quem a vingança respingou agora. Matar uma mulher grávida, sendo que a pessoa que você gosta também está é uma baita sacada. É um golpe duro e mostra que a essência da vingança, ela não traz nada além de morte, dor e sofrimento. Principalmente em circunstâncias de efeitos colaterais, como nesse caso. 

The Last Of Us: Convergência
The Last Of Us: Convergência

Mais uma vez, a ambientação é e continua espetacular. Realmente, é uma das grandes ambientações já produzidas para uma série, é simplesmente algo de outro nível. O ponto alto e a melhor coisa em The Last Of Us é a ambientação, a parte técnica como um todo, na verdade. As cenas na chuva, as imagens da cidade, o cenário da noite, a parte da Ellie de barco na tempestade são espetaculares. 

The Last Of Us: Convergência

Infelizmente em um bom momento do episódio, a tensão é quebrada por uma decisão sem sentido algum. O Barco da Ellie vai parar ao lado da ilha dos Serafitas, eles a capturam e soltam em um intervalo de 10 segundos. Não fez sentido algum, foi algo totalmente deslocado, fora de contexto e não serviu para nada. Simplesmente terrível. 

A cena mais desnecessária da segunda temporada

Se avaliar o episódio como um todo, é uma montanha-russa. Bons momentos intercalando com momentos ruins, às vezes jogados fora de contexto. 

Por fim, o final teria sido excelente com um grande impacto, mas por um detalhe não foi. Quando o Jesse é atingido na cabeça pela Abby e morre é um grande impacto. A presença de tela da Kaitlyn Dever é absurda. Ela chega para causar e toma conta da tela. Ela é brutal, violenta e fim. Ela sim está numa jornada de vingança, mas não a Ellie que perdeu o pai, mas é o oposto da Abby. Voltando, o Tommy deitado no chão, a Ellie implorando pela vida dos dois e termina com um corre e apenas o som do tiro, seria um excelente final. 

Abby brutal e imponente

No entanto, após isso acrescentaram a cena mostrando o ponto de vista da Abby no dia 1 em Seattle. Uma quebra inacreditável. Em um momento eu estava impactado pela morte do Jesse e apenas o som do tiro depois, na sequência eu estava vendo o que deveria ter sido o início dessa temporada. Logo, ficou apenas a revolta. 

Seattle Dia 1 – pelo ponto de vista da Abby

The Last Of Us termina do jeito que deveria ter começado essa temporada, com o ponto de vista da Abby. Fica um gosto de decepção.

A expectativa era alta, o fator adaptação de um game de sucesso, tudo isso pesa muito ao avaliarem The Last Of Us. Isso não apenas como adaptação, mas como série também. E em ambos espectros, fica muito abaixo do que deveria ser. Essa segunda temporada é abaixo até mesmo da primeira temporada. Não é ruim, horrível como muitos decretaram, mas também não é tão boa quanto o outro extremo a ponta, claro que no fim é subjetivo, mas é uma série ok e fica na média, nada mais ou menos que isso. 

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