Missão: Impossível – O Acerto Final e um novo nível de ação

Missão: Impossível – O Acerto Final é uma homenagem a franquia e, talvez, um encerramento a jornada de Ethan Hunt.

É notável o apreço que a franquia carrega pelo que significa para o cinema de ação moderno. E aqui vemos a escala de ação ainda maior, maior tensão, mais perigo. Tudo muito amplificado, assim como as coisas ruins, infelizmente. 

O filme caminha com a lembrança recorrente da trajetória de Ethan Hunt no IMF e a relevância das suas ações no passado, algumas delas interferindo diretamente nesse filme. É nostálgico ver novamente algumas cenas, agora na tela do cinema, assim como a música tema quando toca na abertura é contagiante, gera um sorriso genuíno. 

Foto por Paramount Pictures and Skydance/Paramount Pictures and Skydance – © 2024 Paramount Pictures

Não apenas isso, mas alguns personagens de outros filmes retornam para este “último” Missão: Impossível. Apesar de um elenco grande e, obviamente, o centro das atenções Tom Cruise, o elenco de apoio vai bem, especificamente a equipe do Ethan. Claro que quem está ao lado dele vai ter um tempo de tela relevante, isso muito se deve pela quase 3h de duração do longa. 

Missão: Impossível - O Acerto Final (2025)
Missão: Impossível – O Acerto Final (2025)

Ainda que a equipe receba destaque, alguns personagens acabam sobrando. Ficam ali só para preencher um espaço que não faz diferença. Outro ponto é o vilão, Gabriel. O ator não ajuda muito, Esai Morales é bem limitado, e a forma de como ele se portou nesse filme tornou-se caricato em alguns momentos com um jeito exagerado de se comunicar, risada forçada de vilão genérico e, para completar o pacote, ser o antagonista que revela seus planos. A trinca para ser um vilão medíocre. Ficou abaixo de todas as outras participações, até mesmo do seu papel no filme anterior. 

Missão: Impossível - O Acerto Final (2025)
Missão: Impossível – O Acerto Final (2025)

O filme caminhava bem quando tentava contar a história, mas esbarrava e tropeçava a cada 5 minutos em seus diálogos expositivos, foram muitos, e na lembrança constante do grau do perigo, do que estava em risco, o futuro da humanidade e do mundo. A cada 5 minutos um personagem diferente falava a mesma coisa. Fica pobre, chato e muito cansativo. 

A história parecia caminhar, então aparecia um personagem para falar isso, como se fossemos burros e não entendemos desde o início. Esses pontos negativos se esforçam para tentar estragar o filme, mas nas cenas de ação ele retoma a qualidade e compensa os momentos ruins. 

Missão: Impossível – O Acerto Final

As melhores partes de Missão: Impossível – O Acerto Final são as cenas de ação. O forte da casa que se intensificou ao longo dos anos e das últimas produções chega a um outro patamar nesse novo filme. Ainda é impressionante como o Ethan lida e consegue sair de circunstâncias impossíveis. Se no último filme o salto de moto no alto da montanha parecia o limite da insanidade, nesse aconteceu algo ainda maior. 

Claro, a clássica corrida de Tom Cruise na franquia é uma das marcas registradas e também está aqui. Todas as cenas são ótimas, mas fiquei surpreso com uma cena específica de luta. Dois homens são direcionados pelo Gabriel para lidar com o Ethan e a Grace (Hayley Atwell), durante a briga, em um momento só fica a Grace em tela e só vemos as reações dela e os barulhos da briga do Tom Cruise com os dois homens. 

As reações dela assustada e espantada com a brutalidade do Ethan foi sensacional. Só ouvindo barulho da briga, os golpes, as coisas quebrando, etc, e vendo a cara dela foi algo diferente e que ficou muito bom aqui. Deixou o Ethan muito mais violento e imponente. Embora essa cena me pegou de surpresa e foi bem legal, imponente mesmo foi a cena com o submarino e a maior cena de ação do filme que é a com os aviões. 

As cenas com o submarino Sevastopol foram incríveis. Visualmente foi muito bem feito, dava para notar o valor de produção ali, toda a tensão e dramaticidade necessária envolvendo algo com tamanha importância com uma boa trilha foi eletrizante de ver. Era óbvio que ele sempre vai conseguir seus objetivos, não importa os meios, mas é uma jornada que vale a pena ver. É o tipo de coisa que funcionou porque não tem um diálogo para lembrar de 5 em 5 minutos a importância daquilo e o que está em jogo. 

Missão: Impossível – O Acerto Final (2025)

Todo o processo que ele precisava fazer, como ele precisava fazer, como ele precisava e conseguiu adaptar seu plano para chegar ao que precisa é tensão no máximo. Mas, a grande cena de Missão Impossível: Acerto Final é no fim do filme com a cena dos aviões.

Essa cena foi absurda!

Ao mesmo tempo em que ele precisava capturar o Gabriel, ele lutava contra o tempo para impedir que a Entidade não lançasse as bombas nucleares de todos os países uns contra os outros. Para impedir isso, ele precisava colocar no dispositivo que recuperou no submarino uma espécie de “pen drive”, que o Luther fez, que continha um vírus para conter a Entidade. Então, muita perseguição e tensão nas alturas. 

Eis que Missão: Impossível vêm as cenas dos aviões. A cena que separou os meninos dos homens. Ethan precisa pegar uma “carona” em um avião de um dos comparsas do Gabriel para alcançá-lo. 

Ele fica pendurado diversas vezes, quase caí tantas outras, faz malabarismos para se manter no avião, tudo isso enquanto luta para assumir o comando dele. Até que consegue e depois precisa saltar do avião dele para o do Gabriel. Foi espetacular ver essa cena nos cinemas!

Missão: Impossível - O Acerto Final (2025)
Foto por Paramount Pictures and Skydance/Paramount Pictures and Skydance – © 2025 Paramount Pictures.

A grandiosidade da cena a coloca como uma das maiores da franquia. Simplesmente impressionante! 

O final é uma despedida, mas ao mesmo tempo deixa a porta aberta para uma possível continuação, com ou sem o Tom Cruise, que certamente vai acontecer. Nada no cinema atual tem um fim, especialmente quando falam e utilizam fortemente como campanha de marketing. 

É um bom filme de Missão: Impossível, mas não é o melhor. Pesa muito a repetição e diálogos expositivos, um vilão fraco e alguns personagens que só preenchem espaço e não fazem diferença alguma. E o ponto forte são as cenas de ação que reforçam a marca do Tom Cruise na franquia. 

Foto por Paramount Pictures and Skydance/Paramount Pictures and Skydance – © 2024 Paramount Pictures

Não é um fim, é um breve até logo. 

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