David Lynch: Gênio do surrealismo, faleceu aos 78 anos

David Lynch.

Hoje, quinta-feira, dia 16 de janeiro de 2025, é um dos dias mais tristes para o cinema. David Lynch, um dos maiores e mais importantes diretores da história do cinema com sua visão artística única e surrealista que mudou o cinema e a TV, faleceu aos 78 anos. 

 “Há um grande buraco no mundo agora que ele não está mais conosco. Mas, como ele diria, ‘Fique de olho no donut e não no buraco.’” Anunciou a família de Lynch em uma postagem no Facebook. Em 2024 ele havia sido diagnosticado com enfisema após uma vida inteira fumando.

Nascido em 20 de janeiro de 1946, em Missoula, Montana, Lynch começou sua carreira fazendo curtas-metragens no final dos anos 1960 e fez parte da turma de 1970 do American Film Institute. Quatro vezes indicado ao Oscar, Lynch recebeu um Oscar honorário pelo seu conjunto da obra no Governors Awards em 2020. Ele também levou a Palma de Ouro em Cannes por “Wild at Heart” em 1990 e foi indicado ao prêmio três outras vezes. Ele ganhou o prêmio de Melhor Diretor no festival por Mulholland Drive em 2001.

David Lynch

Depois de anos como pintor e criador de curtas-metragens animados, Lynch surgiu no circuito do cinema com seu primeiro longa-metragem de 1977, “Eraserhead”. Devido ao seu estilo e visão artística logo de cara ele chamou a atenção de Hollywood. 

Logo em seguida ele foi contratado pela produtora de Mel Brooks para escrever e dirigir “The Elephant Man”, estrelado por John Hurt como o personagem principal, amigável e inteligente, mas desfigurado, na Inglaterra vitoriana e Anthony Hopkins como o médico que tenta cuidar dele. Um drama profundamente comovente sobre uma aberração de circo terrivelmente deformada na Inglaterra vitoriana que se tornou uma celebridade nacional. O longa recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo a primeira de Lynch como melhor diretor. 

O seu próximo longa foi a adaptação de “Duna” em 1984, romance de ficção científica de Frank Herbert. No entanto, este não fez tanto sucesso embora ainda há fãs da primeira adaptação desta obra.

Em 1986 ele lançou “Blue Velvet” e decolou de vez, uma viagem infernal assustadora pelo submundo psicossexual de uma pequena cidade americana, e o violento e sensual “Wild at Heart” (1990), que levou a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes.

Então chegamos em 1990, aqui ele revolucionou e fez história na TV com a chegada de “Twin Peaks”. Ele criou, dirigiu e co-escreveu Twin Peaks, uma série policial, ficção científica, aventura, mistério e ocasionalmente terror. Twin Peaks tem uma das aberturas mais icônicas, se não a maior, da história da TV. A série durou duas temporadas, mas mesmo com pouco tempo, revolucionou e fez história. Lynch dirigiu vários episódios e também apareceu na série como o agente do FBI Gordon Cole, aparecendo em sete episódios. 

David Lynch
David Lynch no set de Twin Peaks

Anos depois, em 2017, uma série chamada Twin Peaks: The Return reuniu muitos do elenco e personagens originais, sob os cuidados de Lynch. 

Mais tarde em sua carreira, lançou os filmes “Lost Highway” (1997), estrelado por Nicolas Cage e Laura Dern, Willem Dafoe, Crispin Glover, Diane Ladd, Rossellini e Harry Dean Stanton, o filme conquistou o Festival de Cinema de Cannes, ganhando a Palma de Ouro, “The Straight Story” (1999) e “Mulholland Drive” (2001) que para muitos é um dos maiores filmes do século. Lynch colocou toda sua visão única e surrealista nesta obra que transcende o significado do que é um filme. E, em 2006, lançou Inland Empire. 

Além de seu trabalho no cinema e na TV, Lynch expôs suas pinturas internacionalmente e lançou muitos álbuns solo e colaborativos de música. Ele também frequentemente atuou como designer de som e escreveu músicas para seus filmes.

David Lynch

O último trabalho de David Lynch nos cinemas foi em The Fabelmans, do Spielberg. 

Lynch foi casado quatro vezes. Ele deixa duas filhas e dois filhos.

Uma lenda, mestre do surrealismo e mundo dos sonhos. David Lynch é cinema.

David Lynch

Deixe um comentário