Creature Commandos e o início do DCU.
Há muito esperava e especulava como seria o início do DCU do James Gunn. De cara foi anunciado que tudo partiria de Creature Commandos no formato de animação. Uma série de 7 episódios com um grupo de rejeitados e vilões, agora anti-heróis, se juntam para deter uma ameaça maior.
Lembrou algo, não é? É inevitável traçar uma semelhança com Guardiões da Galáxia e Esquadrão Suicida, do James Gunn. Especialmente porque o próprio trabalhou muito bem nesses grupos de deslocados, claro que em Guardiões o desenvolvimento foi muito melhor pelo tempo que esteve à frente, mas pelo trabalho de um filme que ele fez com Esquadrão Suicida foi excelente. Não à toa, Pacificador ganhou sua própria série sob o comando do James Gunn.
Com toda essa bagagem e ótimo histórico de trabalhar com grupos parecia que Creature Commandos seria uma boa entrada para o novo DCU. A qualidade da animação é muito boa, tem que ser tirado o chapéu para o trabalho feito em pouco tempo. Há personagens individualmente muito interessantes e que espero ver mais, mas para por aí.
Creature Commandos começa muito bem com a Circe tendo destaque inicial, então é feito a junção do grupo e logo temos a equipe montada. Noiva, Doninha, G.I. Robot, Dr. Fósforo, Nina e Rick Flag Sr. Já tirando o elefante da sala, Noiva, G.I. Robot e Dr Fósforo foram os melhores, em desenvolvimento, qualidade e como parte da história.
Os demais são apenas números, no fim das contas tanto faz. Doninha tem um bom episódio de flashback revelando a sua origem, o da Nina só entrou no escopo porque os demais também tiveram episódios de flashback, mas pelo jeito que foi feito só foi jogado pra mostrar a origem dela e em seguida descartar é um preenchimento desnecessário. Rick Flag Sr teve contato com a Princesa Ilana em dois episódios, no segundo tomou um “chá” e passou agir emocionalmente ao invés de racionalmente, como um líder deveria. Isso quase compromete toda a missão. Por causa de um chá. Sério…
Outro ponto baixo, esse aqui foi muito baixo mesmo, foi o Frankenstein. Simplesmente insuportável com essa subtrama dele correndo atrás da Noiva que não quer saber da existência dele. O tempo todo, todos episódios isso entrando na trama como parte de um dos alívios cômicos e tentativa de, alguma forma, fazer com que isso importasse para a história. Não, não importava, não faria diferença alguma. Tomou muito tempo que poderia ter desenvolvido outros personagens, outros tópicos.
No meio do caos, teve o excelente episódio do G.I. Robot e o ótimo do Dr. Fósforo, esses foram os melhores. Outro ponto alto foi o embate entre a Noiva e a Circe logo no início. Luta franca, pancadaria brutal. Melhor momento de confronto na série. No entanto, Creature Commandos, ao mesmo tempo em que foca nos flashbacks, e são alguns bons momentos, parece esquecer de desenvolver a trama principal a ponto de fazer uma história, no mínimo, interessante.
A Ilana não era vilã, então passou a ser, depois a Amanda quase põe tudo a perder por causa do Rick Flag, claramente ainda sob efeito do “chá”, e com um telefone cancela o que seria a missão. Ela ainda mata a Nina que havia entrado na piscina, o que não faz sentido nenhum, nem a Ilana ter essa ação naquele momento e muito menos a Nina entrar na piscina que estava cercada por soldados, por conveniência, porque sim e, claro, só pra ter alguma morte na equipe.
Por “sorte” a equipe, ou o que sobrou, já estava lá e com uma descoberta, muito conveniente por sinal, confirma o plano da Ilana, ou seja, vilã. Convenientemente ela fica sem guarda, próximo a sua sala, então a Noiva finaliza com um tiro certeiro na sua cabeça. Concluindo a missão.
Perdeu tanto tempo com subtramas e personagens desnecessários que isso impactou na falta de qualidade do roteiro, da narrativa como um todo. Uma série que precisa contar algo não pode só ficar refém de flashbacks como Creature Commandos ficou. Enquanto uns tiveram destaque desnecessário, a Circe, que deu um excelente cartão de visitas, ficou escanteada, só apareceu em outro momento de conveniência. Queria ter visto mais dela porque, certamente, melhoraria a história.
Não cheguei com expectativas, mas esperava, ao menos, uma boa história assim como foi o Pacificador, mas o saldo final é ok. Fica na média por momentos específicos e alguns personagens individuais porque com a soma de todos elementos não dá pra ir além disso.
Embora, é inegável o fato de que a série fez sucesso de audiência assim como nas avaliações tanto da crítica como do público.
A Segunda temporada de Creature Commandos já foi confirmada, então resta esperar que nessa segunda temporada, com todos personagens principais já introduzidos, tenha uma história, no mínimo, boa.
Agora, a próxima parada do DCU é com Superman, um dos filmes mais aguardados do ano.