Finalmente surge um favorito ao Oscar desse ano: Anora.
Tudo parecia aberto na disputa pelo Oscar. Em uma temporada atípica e aleatória, em que tudo poderia acontecer, não parecia haver nenhum favorito. Nem mesmo Emília Perez com seu recorde de filme em língua não inglesa com mais indicações na história (13) possuía amplo e total favoritismo.
Eis que, aos 45 minutos do segundo tempo, em um período de 3 dias, Anora consegue 3 prêmios, sendo 2 deles cruciais, e se coloca como favorito a Melhor Filme e Sean Baker em Melhor Direção.
Anora foi aclamado em Cannes e desde então sempre foi lembrado como o melhor, ou um dos melhores, do ano. Porém, foi perdendo essa força próximo ao final do ano passado e Emília Perez chegou forte assim como O Brutalista. No entanto, nesse último final de semana ocorreram algumas premiações importantes que mudaram tudo.
Sexta-feira, dia 07, foi o dia do Critics Choice Awards e, apesar de não ganhar em nenhuma outra categoria, Anora venceu na principal e mais importante, a de Melhor Filme. Surpreendente considerando que no Globo de Ouro o longa não levou nenhum prêmio. Isso reforçando a temporada atípica que está sendo essa de 2025. No sábado, Anora se consolidou como o favorito a duas das categorias mais importantes do Oscar.

O filme venceu o PGA (Producers Guild of America Awards) e isso o posicionou muito a frente dos demais filmes para vencer na categoria de Melhor Filme. Enfim, surge um favorito. Isso porque o PGA é a premiação como melhor termômetro para o Oscar, geralmente quem vence o PGA também leva a estatueta de Melhor Filme pela Academia. Para se ter uma ideia, nos últimos 29 anos apenas 3 filmes venceram o Critics Choice Awards, PGA, DGA e não ganharam no Oscar. Apenas 3 em 29 anos é uma estatística absurda e favorável para Anora.
Os únicos 3 filmes que venceram o Critics Choice Awards, PGA e DGA que perderam o Oscar foram:
O Resgate do Soldado Ryan em 1999
O Segredo de Brokeback Mountain em 2006
La La Land em 2017
Não dá para negar o favoritismo que Anora conseguiu nesse momento crucial e reta final de temporada mirando o Oscar. O que parecia improvável, agora é muito possível.
Outro momento crucial para se posicionar como o favorito da temporada foi a vitória no DGA (Directors Guild of America), é o sindicato dos diretores, e assim como o PGA, este prêmio é importantíssimo pois indica o forte favoritismo no método preferencial da Academia. Isto porque tanto PGA quanto o DGA partilham do mesmo método.
Merecidamente o diretor de Anora, Sean Baker, conquistou o prêmio de Melhor Diretor no DGA. Assim ganha um impulso significativo para o Oscar próximo da votação final. O longa que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes se consolidou como um filme favorito em uma temporada de premiações totalmente imprevisíveis.

Outra estatística fortíssima é que 9 dos últimos 10 diretores que venceram o DGA também ganharam o Oscar de Melhor Diretor. Apenas o Sam Mendes, em 2019, ganhou o DGA e perdeu o Oscar. Naquela ocasião, Alfonso Cuarón ganhou o Oscar de Melhor Diretor por Roma.
Essa temporada tem sido tão imprevisível que para cada premiação um diretor diferente foi vencedor. No ano passado a essa altura da temporada, já estava claro e sabíamos que Nolan e Oppenheimer iriam fazer a limpa em tudo o que fosse possível, e assim o fizeram. Mas, este ano, está condicionado ao fator aleatório. O Globo de Ouro ficou com o Brady Corbet por O Brutalista, o Critics Choice Awards foi para Jon M. Chu por Wicked e agora o DGA ficou com o Sean Baker por Anora.
É uma loucura!

No entanto, depois desse final de semana parece haver um caminho direcionado para Anora. Ainda que teremos o SAG e o BAFTA neste mês como as últimas premiações antes do Oscar. Vamos acompanhar como Anora irá se sair nessas premiações e se esse favoritismo conquistado agora vai se manter até o Oscar.